“Nós, os comunistas, somos homens de uma têmpera especial”

Todas as revoluções, em todos os países e em todas as épocas, exigiram uma cota de sacrifício. Vários de nossos camaradas pagaram com a vida a ousadia de lutar pelo poder do povo e pelo socialismo. Eles não morreram em vão. Seu exemplo nos compromete ainda mais com a causa.

QUITO (EQUADOR) — “Os ideais de mudança, a busca incessante pelo novo, o desejo obstinado pela liberdade e a luta pela vida não podem se extinguir. O que é transcendente se eleva acima da banalidade e da rotina diária, atingindo níveis que correspondem às tendências gerais e universais, onde se dá a transformação de todas as coisas e do pensamento” – afirmou o companheiro Oswaldo Palacios na homenagem a Rafael Larrea, durante a sessão final do 5º Congresso de nosso Partido, realizado em dezembro de 1996. E de fato, uma vida dedicada à revolução transcende a própria história.

Nós, comunistas marxista-leninistas, desde o momento em que ingressamos na organização, nos comprometemos a dedicar nossas vidas à revolução, à causa dos trabalhadores e do povo. Esse compromisso se manifesta diariamente na dedicação de nossas energias e habilidades para organizar os trabalhadores, a juventude e o povo, conduzindo-os à luta pelo poder popular.

Na militância comunista, o quadro revolucionário é forjado tanto na ação coletiva quanto nas responsabilidades individuais. É nesse processo que formamos os valores e a convicção que fundamentam a disciplina e a coragem inabalável. Somente de forma consciente podemos alcançar aquela “tempera especial” de que falava o camarada Stálin.

Ao longo desses sessenta anos, nós, comunistas marxista-leninistas, estivemos envolvidos em inúmeras batalhas, em algumas das quais vários de nossos companheiros foram mortos ou torturados pelas forças da repressão. Nomes como Milton Reyes, Rosita Paredes, Jorge Tinoco, Miguel Pozo, Freddy Arias, Pablo Tapia, Jaime Hurtado, David Guevara, Lenin García, Jorge Mogrovejo são lembrados como exemplos de convicção, coragem e determinação que caracterizam os comunistas.

Outros companheiros, que ingressaram no Partido ainda jovens, dedicaram suas vidas à organização e à formação dos comunistas. Em suas responsabilidades, foram exemplos de trabalho revolucionário, contribuindo para a construção da organização, para o desenvolvimento de táticas e estratégias políticas, para a educação teórica e política da militância, e para o cumprimento das tarefas cotidianas. O curso da vida nos privou da contribuição de companheiros como Rafael Larrea, Washington Álvarez, Carlos Alvarado, Carlos Tapia, Lucio Tinoco, Alberto Pilalot, Alfonso Cedeño, Paulino Nazareno, entre outros, que deixaram sua marca por seu compromisso com a causa revolucionária.

Quando recordamos os militantes e dirigentes do Partido que nos deixaram, não o fazemos por nostalgia reacionária ou pequeno-burguesa; o fazemos como forma de emulação e compromisso com seus exemplos. “Todas as revoluções, em todos os países e épocas, exigiram uma cota de sacrifício. Vários de nossos camaradas pagaram com a vida a ousadia de lutar pelo poder popular e pelo socialismo. Eles não morreram em vão. Seu exemplo nos compromete ainda mais com a causa. Prometemos lutar como eles, com determinação e coragem proletárias”, nos recorda Pablo Miranda em seu texto Así Somos.

Quais são as características que levaram esses companheiros a serem homenageados pelo Partido?

Todos eles foram quadros do Partido, militantes comunistas que alcançaram um desenvolvimento político e ideológico suficiente para interpretar a realidade local e nacional, organizar o Partido e suas forças, definir a orientação e mobilizar a militância do Partido para a execução dessas diretrizes.

Eram homens e mulheres que, ao adotar a concepção materialista da natureza e da sociedade, assumiram uma disciplina ideológica e política rígida, praticando o centralismo democrático e lutando pela unidade da organização. Eram camaradas cuja moral se desenvolveu em sintonia com seu crescimento ideológico, de tal forma que estavam prontos para assumir qualquer responsabilidade e, se necessário, sacrificar suas vidas pelo avanço da causa revolucionária. Demonstravam uma capacidade de autoanálise que se opunha ao dogmatismo e às prescrições, desenvolvendo sua iniciativa e criatividade para aplicar a política do Partido.

Os heróis do Partido são aqueles que combinaram lealdade com firmeza de princípios, bravura com consistência ideológica, solidariedade com disciplina partidária, alegria com luta e coragem.