Conquistar o poder popular por meio da violência organizada das massas

QUITO (EQUADOR) — A revolução equatoriana será o resultado da luta das massas, que se desenvolverá de forma multifacetada, por meio da oposição à burguesia e ao imperialismo. Essa luta tomará forma através de ações tanto legais quanto ilegais, através da participação político-eleitoral, da greve, mas, sobretudo, pela aplicação da violência revolucionária pelos povos do Equador.

Desde a sua fundação, o Partido Comunista Marxista-Leninista do Equador (PCMLE) estabeleceu que a única maneira de assegurar o triunfo da revolução equatoriana é por meio do exercício da violência revolucionária das massas: “[...] para que a classe operária e outras classes e camadas revolucionárias conquistem o poder, o caminho é o da violência organizada das massas, o caminho da insurreição popular armada, o caminho seguido pela Revolução de Outubro, o caminho das demais revoluções ocorridas no mundo”.

As tentativas de desviar a classe trabalhadora do objetivo revolucionário de tomada do poder por esse caminho foram firmemente confrontadas pelo PCMLE. Cabe aos trabalhadores e aos povos, sob a liderança de seu partido, persistir na teoria e na política revolucionárias desenvolvidas pelos clássicos do marxismo. Friedrich Engels observou que “a ação erosiva constante das ondas de resistência popular mina gradualmente o exército mais forte e o desmorona peça por peça”.

Os revolucionários do proletariado devem se basear na experiência da Comuna de Paris, que foi o primeiro farol a iluminar o caminho para os trabalhadores. Marx e Engels viram na Comuna uma confirmação brilhante de seus conhecimentos teóricos adquiridos na luta revolucionária, especialmente da tese de que a luta de classes deve necessariamente continuar até o estabelecimento da ditadura do proletariado.

Já em 1905, Lênin argumentou: “Somente o povo armado pode ser um verdadeiro baluarte de sua liberdade. E quanto mais cedo o proletariado conseguir se armar, quanto mais tempo ele mantiver sua posição como atacante revolucionário, mais cedo as tropas vacilarão, maior será o número de soldados que finalmente entenderão o que estão fazendo e que ficarão ao lado do povo contra os monstros, contra o tirano, contra os assassinos de trabalhadores indefesos, suas esposas e seus filhos”.

O socialismo científico, concebido por Marx e Engels, desenvolvido por Lênin e Stálin, e posto em prática por milhões de trabalhadores na URSS e em outros países do campo socialista, tornou-se realidade porque a classe trabalhadora, dirigida pelos bolcheviques, derrubou os capitalistas do poder e erradicou os monopólios imperialistas por meio da violência revolucionária.

Internamente, nós, revolucionários proletários, extraímos lições valiosas das recentes revoltas dos povos indígenas, ocorridas em outubro de 2019 e junho de 2022. Essas lições são evidentes na seguinte síntese: “A massividade da luta foi acompanhada de combatividade. O movimento de massas aprendeu com suas próprias lutas, o que se refletiu na resistência nas ruas, na construção de barricadas, no uso de mecanismos e instrumentos de proteção e autodefesa, nas ações de massa nas cidades, na tomada de gabinetes e instituições de governadores, no fechamento de estradas principais para afetar o aparato produtivo, no bloqueio de cidades em pontos estratégicos, na organização de revezamentos e na montagem de logística para apoiar os lutadores na capital”. Essas ações reforçam nossa concepção do caminho da revolução, ao expressar que: “Há elementos muito importantes de organização para a luta, não só dos combatentes, mas da luta de massas. A forma como esses eventos se desenrolara reflete elementos da concepção marxista da guerra popular”.

Também conduzimos a luta de classes na arena político-eleitoral, uma forma de combate que nos permite contestar a influência das massas sobre as diferentes facções da grande burguesia, do imperialismo e dos monopólios internacionais. A criação do Movimento Democrático Popular (MPD), em 1979, e posteriormente da Unidade Popular (UP – Lista 2), permitiu que a esquerda revolucionária disseminasse as ideias de revolução, socialismo e mudança entre as amplas massas populares. É fundamental lembrar que a consciência revolucionária se forja diariamente, como resultado do trabalho incansável do partido, de todos os seus militantes, dos trabalhadores e camponeses avançados que se sentem protagonistas do processo revolucionário.

Nós, comunistas marxista-leninistas, comprometidos com a classe trabalhadora e com os povos do Equador, devemos insistir na necessidade e no caráter obrigatório de seguir o caminho insurrecional para a conquista do poder. A única maneira de alcançar o objetivo de romper a ditadura da burguesia e estabelecer a ditadura do proletariado é através da violência revolucionária. Essa ação é moralmente legítima e politicamente viável para assegurar o triunfo da revolução e do socialismo.