Conhecer, estudar e compreender plenamente o Marxismo-Leninismo


Partido Comunista Marxista-Leninista do Equador (PCMLE)

QUITO (EQUADOR) — O estudo do marxismo-leninismo é uma necessidade porque é um instrumento de luta, um instrumento insubstituível para a análise objetiva da realidade em que se desenvolve a luta de classes e para definir a ação, a tática e a estratégia do movimento operário e popular na luta para pôr fim à exploração e à opressão exercidas pela grande burguesia e pelo imperialismo.

A questão do papel de vanguarda revolucionária do partido marxista-leninista na luta dos trabalhadores e dos povos para alcançar sua emancipação social já foi abordada em várias ocasiões. No entanto, sempre será necessário relembrá-la e torná-la ainda mais precisa, a fim de entender melhor como ela é exercida e quais condições o partido deve preencher para cumprir seu papel de direção.

A condição de vanguarda não vem – por assim dizer – por decreto ou por uma declaração formal de que é assim, ela deve ser exercida e demonstrada na prática política revolucionária. Mas essa prática é condicionada pelas concepções político-ideológicas que orientam as ações do partido da classe trabalhadora. “Somente um partido dirigido por uma teoria de vanguarda pode cumprir a missão de um combatente de vanguarda”, é uma frase de Vladimir Lênin, bem conhecida no movimento revolucionário. Essa teoria de vanguarda é o marxismo-leninismo, e é assim porque é uma concepção científica do mundo, da natureza, da sociedade e do pensamento. O marxismo-leninismo não é um acúmulo de conjecturas ou especulações, como os inimigos da revolução geralmente o rotulam em sua ânsia de desacreditá-lo e combatê-lo; é o resultado da análise científica do desenvolvimento histórico da sociedade e da descoberta das leis gerais que governam o desdobramento de todos os fenômenos que ocorrem na sociedade e na natureza.

O surgimento e o desenvolvimento dessa concepção científica estão ligados à existência da classe trabalhadora, uma vez que ela está interessada em descobrir as circunstâncias históricas que a levaram a ser colocada na condição de classe explorada e em como – também historicamente – ela pode pôr fim a essa situação. Além disso, por ser a única classe na sociedade cujos interesses não estão em desacordo com o desenvolvimento histórico, mas de acordo com ele. Essa situação significa que o marxismo-leninismo é, por sua vez, definido como a ideologia da classe trabalhadora, em torno da qual se unem outras classes exploradas e oprimidas, estratos e seções da sociedade capitalista, que lutam contra o domínio do capital, pela revolução e pelo socialismo-comunismo.

Quando falamos de uma teoria com esse caráter, somos obrigados a tratá-la como tal, o que significa que nós, militantes marxista-leninistas, devemos conhecê-la, estudá-la e compreendê-la completamente. A esse respeito, Friedrich Engels diz que “o socialismo, uma vez que se tornou uma ciência, exige ser tratado como tal, ou seja, ser estudado”.

O estudo do marxismo-leninismo é uma necessidade fundamental para que o partido da classe trabalhadora desenvolva sua capacidade de exercer o papel de vanguarda política; não é uma opção para a consideração de um ou outro militante, é uma necessidade porque é um instrumento de luta, insubstituível na análise objetiva da realidade em que se desenvolve a luta de classes e para definir a ação, a tática e a estratégia do movimento operário e popular, na luta para pôr fim à exploração e à opressão exercidas pela grande burguesia e pelo imperialismo. O sucesso da política revolucionária do partido da classe trabalhadora repousa, em primeiro lugar, em sua capacidade de analisar cientificamente a realidade concreta e de determinar as linhas de ação específicas para cada momento; ao lado disso, deve haver a força necessária do movimento operário e popular para sua implementação e materialização.

O estudo do marxismo-leninismo não deve ser confundido com o aprendizado mecânico de algumas fórmulas ou frases escritas pelos clássicos do marxismo. Estudá-lo significa compreender sua essência, seus princípios gerais e se esforçar para aplicá-los na realidade concreta em que o partido atua. O marxismo-leninismo não é um dogma, é um guia para a ação, que deve ser usado pelo comunista marxista-leninista em seu trabalho e luta diários. Além disso, a realidade concreta, o mundo em geral e a realidade particular em que o partido atua, também devem ser estudados; o comunista deve ter uma ampla formação cultural. Há um discurso de Lênin, de leitura obrigatória para todos os militantes e particularmente para os membros da Juventude, no qual ele diz que “para se tornar comunista, é preciso enriquecer infalivelmente a memória com o conhecimento de todas as riquezas criadas pela humanidade”. Uma sólida formação cultural proporciona multilateralismo na análise e níveis mais elevados de compreensão dos fenômenos apresentados, pois há mais parâmetros para o raciocínio e é possível contrastar com outras experiências e elaborar propostas mais abrangentes. Atenção, dizemos contrastar, não copiar, porque os processos políticos não se repetem e, portanto, as receitas falham.

O valor para um revolucionário do conhecimento da história mundial, do movimento revolucionário e comunista internacional, da história de seu próprio país, do movimento operário e popular, das lutas dos setores sociais em que o militante atua, é enorme, pois abre horizontes, fornece ferramentas e recursos políticos, além de afirmar convicções. É melhor que esse conhecimento seja enriquecido pela literatura e pela arte, pois elas ajudam a compreender melhor a realidade em que se atua e a desenvolver ainda mais a sensibilidade.

Tudo isso, e muito mais, envolve o estudo da ideologia revolucionária do proletariado, o marxismo-leninismo.