Operários e operárias do Irã: “Basta! Pelo fim da guerra, da exploração e da miséria!”

As organizações de trabalhadores, trabalhadoras e entidades de defesa dos direitos sociais do Irã, através de uma declaração conjunta, lançaram um firme apelo: “Não à guerra e não aos governos belicistas!”

Enquanto prosseguem os ataques iniciados por Israel contra o Irã no dia 13 de junho e as subsequentes represálias iranianas, os trabalhadores, os explorados e os movimentos populares do Irã divulgaram uma declaração unificada, marcada por um espírito de resistência e denúncia.

Enfatizando que, até os dias de hoje, sua luta tem sido por bem-estar social e por liberdade, conduzindo inúmeras mobilizações de protesto, os operários, aposentados, professores, motoristas de caminhão, enfermeiros, padeiros e camponeses afirmaram com veemência: “Mesmo nestas condições extremamente perigosas, permaneceremos firmes em nossas reivindicações e nos uniremos contra a guerra!”

A declaração ressalta que, até o momento, os ataques provocaram mais de mil mortos e feridos, além de terem forçado milhares ao deslocamento forçado. O texto proclama com clareza: “Não queremos guerra, tampouco massacres, queremos prosperidade duradoura!”, e reforça o grito coletivo: “Basta! Pelo fim da guerra, da exploração e da miséria!”

O conteúdo central da declaração conjunta pode ser assim sintetizado:

A situação converteu-se num verdadeiro estado de crise

Esta guerra gerou um ambiente de crise particularmente devastador para os setores mais vulneráveis da sociedade, especialmente para as crianças e os idosos. A sociedade, como um todo, foi arrastada para a beira de um precipício de perigo inédito. Já dissemos e gritamos inúmeras vezes: “Não queremos guerra, tampouco massacres, queremos prosperidade duradoura!”. A tensão social atingiu níveis alarmantes, colocando a vida das massas sob uma ameaça constante. A atual conjuntura ultrapassou o limiar da pobreza e da precariedade, assumindo, agora, a dimensão de uma crise de grandes proporções.

O povo não quer guerra

O Estado criminoso de Israel, com arrogância inaudita, ameaça abertamente incendiar Teerã. Os massacres e ataques que têm como alvo as populações civis, perpetrados por ambos os lados, devem ser condenados de maneira categórica. O povo não deseja esta guerra, e nós acreditamos que, para deter o conflito, é necessário eliminar todas as infraestruturas e causas que o tornam possível.

O resultado: mais pobreza e insegurança

O regime iraniano, há anos, vem desviando os recursos do povo para buscar o desenvolvimento de armas nucleares. Não queremos armas de destruição em massa, não queremos armas nucleares! Consideramos todas as atividades nucleares da República Islâmica do Irã como perigosas e prejudiciais aos interesses populares. Tudo isto foi construído à custa da vida, do sustento e das condições mínimas de sobrevivência do povo iraniano, gerando como resultado uma escalada de pobreza e insegurança, tanto dentro do país quanto em toda a região.

Não permitiremos que a guerra sirva de pretexto para reprimir nossas reivindicações

Não queremos pobreza, não queremos insegurança! Não aceitamos discriminação, opressão nem exploração! Não admitiremos que a guerra seja utilizada como pretexto para esmagar nossas reivindicações, interromper nosso caminho de avanço, intensificar as detenções e perseguições sob o pretexto da ‘segurança nacional’, nem para legitimar execuções e massacres com falsas acusações, como a de sermos “agentes sionistas”.

Não à guerra e não aos governos belicistas!

Nós, trabalhadores, aposentados, professores, motoristas de caminhão, enfermeiros, padeiros, assalariados, camponeses e demais setores oprimidos do povo, temos lutado por bem-estar, sustento digno e liberdade, e continuaremos nossas mobilizações de protesto. Mesmo sob estas condições extremamente perigosas, seguiremos defendendo nossas reivindicações e nos unindo contra a guerra!

Basta! Pelo fim da guerra, da exploração e da miséria! Permaneceremos firmes até que estas condições de catástrofe sejam radicalmente transformadas. Não à guerra e não aos governos belicistas! Pelas mulheres, pela vida e pela liberdade!

Organizações signatárias da declaração conjunta
• “Luta por Justiça” (Dâvâkhâhân)
• Coordenação dos Protestos das Enfermeiras
• Coordenação dos Protestos dos Petroleiros Contratados
• Defensores dos Direitos das Crianças
• Movimento “Não à pena de morte”
• Movimento de Luta dos Professores do Irã
• Movimento de Mobilização das Mulheres do Irã
• Sindicato dos Aposentados
• Sindicato dos Eletricistas e Metalúrgicos de Kermanshah